Observatório da Costa Amazônica

A morfodinâmica praial na ilha de Maiandeua (Algodoal) – PA

Você frequenta muitas praias? Viajou nas férias e aproveitou o sol e o mar? Então você já deve ter percebido que o formato de uma praia modifica com o passar do tempo.

Essas mudanças influenciam no ganho e na perda de sedimentos da praia dependendo do período sazonal. Este processo é chamado de balanço sedimentar. Se o material sedimentar for adicionado, como areias, existirá um suprimento sedimentar. Entretanto, se o material da praia for removido, há um déficit sedimentar.

O déficit sedimentar anual, ou seja, há remoção de sedimento durante todo o ano, significa que determinada praia está em processo de erosão. Os principais processos que atuam sobre a dinâmica praial são: o regime de ondas; marés; correntes; ventos; o tipo de sedimento presente na praia; o estoque sedimentar disponível, como falésias e dunas; além da ação humana sobre as praias.

Então como é possível avaliar essas variações morfológicas das praias? Bem, para isso, é necessário medir o perfil praial. Esta medição utiliza um nível convencional e uma mira, exemplificado na foto abaixo:

Figura 1. Levantamento do Perfil Praial pela Universidade Federal de Alagoas. Fonte: https://ufal.br/ufal/noticias/2019/3/pesquisa-mostra-grau-de-vulnerabilidade-a-erosao-na-barra-de-sao-miguel

Assim, Borba (2011) analisou o balanço sedimentar para uma praia da ilha de Maiandeua (Algodoal), localizado no estado do Pará. A autora calculou o balanço sedimentar para o período de 9 dias, durante período seco, na praia da Caixa d’água.

Figura 2. Localização da área de estudo. (A) localização na América do Sul, (B) localização segundo fisiografias adjacentes, (C) localização das praias objeto de estudo, (D) Fonte: Florida Center for Instructional Technology, esquema da coleta dos dados do perfil praial.

Nesse período, a autora observou uma perda sedimentar de 163,84 m³. Isso equivale a 163 caixas d’água de 1000 L gastos em 9 dias! Dá pra acreditar? A maior perda ocorreu na porção mais íngreme da praia devido à grande influência da variação da maré, que é classificada como macromaré, com alturas de 4,5m!

Então da próxima vez que for a praia já sabe que ela vai estar diferente da sua lembrança, sempre mudando e se moldando de acordo com a maré e as ondas!

Referências

Borba T. A. C. 2011. MORFODINÂMICA E HIDRODINÂMICA DE PRAIAS DO LITORAL NORDESTE PARAENSE, BRASIL. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação), Instituto de Geociências Universidade Federal do Pará, Belém (PA). Disponível em: http://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/1867

A morfodinâmica praial na ilha de Maiandeua (Algodoal) – PA

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

pt_BR