No ano de 2004, uma área de 27.772 km² havia sido desmatado da floresta amazônica. A partir deste ano, houve drásticas reduções no desmatamento, atingindo um mínimo de 4.571 km² em 2012. A partir de 2016, a floresta está sofrendo com o aumento drástico de desmatamento, principalmente nos últimos 2 anos (2019 e 2020). Somente em 2019, 10.129 km² de florestas foram destruídos (INPE, 2020a), equivalente a dois Distritos Federais. Matricardi et al. (2020), geraram um mapa da área de desmatamento e degradação dos anos de 1992 a 2014. A área total de floresta degradada neste período foi de 337.427 km² e 308.311 km2 foram desmatados (Fig. 1).
Figura 1.A área total que foi afetada por ações antrópicas, como desmatamento, queimadas e degradadas ao longo dos anos de 1992 a 2014. Fonte: Matricardi et al. (2020).
O ano de 2020 está marcado com as queimadas na Amazônia (Fig. 2). Até o mês de setembro, 72.292 focos de incêndios foram observados pelo Monitoramento dos Focos Ativos do INPE (INPE, 2020b).
Já observamos que a Amazônia está sofrendo grande pressão pelo desmatamento e queimadas. Mas no que isso impacta o ambiente? Segundo Werth e Avissar (2002), o clima na Amazônia responde fortemente ao desmatamento. Assim, quanto maior o desmatamento, menor será o período chuvoso, e então, a região passará por maiores períodos de calor e clima seco.
Além disso, Oliveira et al. (2013) mostrou que a expansão da agricultura na Amazônia pode não ser benéfico para os próprios agricultores. As alterações no clima da região podem diminuir em 30% a produtividade da agricultura. Segundo mesmo autor, o desmatamento em uma área da floresta amazônica para ser substituído por um conjunto de agricultura e pasto, também não é viável, ocorrendo reduções na produtividade.
Outras problemáticas também ocorrem com o desmatamento, como redução dos habitats, e em queimadas, ocorre a morte em massa dos animais; além do transporte das cinzas pelo vento para outras regiões, podendo causar danos respiratórios e até mesmo chuvas de coloração escura.
Figura 2. Imagem de queimadas ocorridas no dia 27 de fevereiro de 2020, na Amazônia. — Foto: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo (https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2020/03/04/numero-de-queimadas-nos-dois-primeiros-meses-de-2020-e-maior-dos-ultimos-3-anos.ghtml).
Assim, denuncie desmatamentos ou queimadas ilegais na Linha Verde do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA – 0800-61-8080).
Referência
INPE, 2020a. PRODES, Monitoramento do Desmatamento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite. http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/prodes.
INPE, 2020b. Monitoramento dos Focos Ativos por Bioma. http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_estados/.
Matricardi, E. A. T., Skole, D. L., Costa, O. B., Pedlowski, M. A., Samek, J. H., & Miguel, E. P. (2020). Long-term forest degradation surpasses deforestation in the Brazilian Amazon. Science, 369(6509), 1378-1382.
Werth, D., & Avissar, R., 2002. The local and global effects of Amazon deforestation. Journal of Geophysical Research: Atmospheres, 107 (D20), LBA-55. https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1029/2001JD000717.